domingo, 16 de setembro de 2012

Opinião: "Carte Blanche"

Título original: Carta Bianca
Autor: Carlo Lucarelli
Série: Commissario De Luca #1
Tradutor: Michael Reynolds
Editor: Europa Editions
Edição/reimpressão: 2006
ISBN: 193337215X
Páginas: 110

Sinopse: April 1945, Italy. The final days of the Fascist Republic. Commissario De Luca is heading up a murder investigation that draws him into the private lives of the rich and powerful as World War II reaches its frantic climax. The regime's days are numbered and its disgraced leaders know it. Their desperate retreats and futile struggles for pieces of the post-war pie are making a regular cop's job awfully hard to do.  With Mussolini's house of cards ready to collapse, De Luca faces a world mired in sadistic sex, dirty money, drugs and murder.

Carte Blanche, the first installment in Carlo Lucarelli's "De Luca Trilogy", is much more than a first-rate crime story. It is also an investigation into the workings of justice in a state that is crumbling under the weight of profound historic change. The "De Luca Trilogy" is set during one of the 20th century's seminal moments and describes a nation's ardent search to rediscover its moral bearings after being torn in two by civil strife and political corruption. Threatened by the machinations of a decaying political class, De Luca (himself reminescent of the disenchanted Dashiell Hammett PI) is a simple man doing a though job as best as he can. Even after closing his investigation, he will still have to face one final, fateful decision. 

A minha opinião: Esta foi a minha estreia na ficção policial histórica (tradução minha de historical crime fiction) e posso dizer que gostei. Carte Blanche passa-se num período conturbado da história da Itália, 1945, quando a queda de Mussolini está iminente. O protagonista, Commissario De Luca, acaba de se juntar à polícia "normal", vindo da Brigata Muti, a polícia fascista de Mussolini (de certo modo, semelhante à nossa PIDE), e logo no seu primeiro caso, defronta-se com um assassinato de um homem relacionado com altas figuras do estado fascista. 

Cedo um representante do regime entra em cena assegurando a De Luca que este terá todo o apoio do regime desde que prenda o suspeito certo, claro. As testemunhas começam a aparecer mortas e De Luca não está totalmente certo de que o suspeito que é suposto prender tenha sido mesmo o assassino. Num caso que envolve drogas, ocultismo e a Gestapo, De Luca revela-se, cada vez mais, um homem cansado. Afinal, ele é apenas um polícia que só quer fazer o seu trabalho e cuja interferência das esferas políticas fazem com que fazer o seu trabalha seja, não só difícil, como também perigoso.

O autor refere no prefácio que baseou o Commissario De Luca num ex-polícia que conheceu quando andava a fazer pesquisa para a sua tese, e que havia sido polícia durante 40 anos, tendo pertencido à polícia fascista primeiro perseguindo anti-fascistas e depois fascistas que discordavam do regime; durante a guerra havia voltado a perseguir anti-fascistas sabotadores; no final da guerra fez parte da polícia partidária perseguindo fascistas; e após o estabelecimento de um governo regular fez parte da polícia da República Italiana perseguindo alguns dos partidários que haviam sido seus colegas. Ou seja, um homem, um polícia, que não importando qual era a sua ideologia, se limitava a fazer o seu trabalho. 

Uma leitura recomendada para fãs de policiais noir, muito ao género de Raymond Chandler.

Classificação: 3

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Este livro conta para os Desafios Color Coded 2012, Mount TBR 2012 e Mystery & Suspense 2012.

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