terça-feira, 2 de julho de 2019

Opinião: "Padeira de Aljubarrota"

Autor: Maria João Lopo de Carvalho
Editor: Oficina do Livro
Edição/reimpressão: Outubro de 2013
ISBN: 9789897410338
Páginas: 568


Sinopse: Muitas histórias correram sobre a humilde mulher que, em 1385, numa aldeia perto de Alcobaça, pôs a sua extrema força e valentia ao serviço da causa nacional, ajudando assim a assegurar a independência do reino, então seriamente ameaçada por Castela. É nos seus lendários feitos e peripécias, contados e acrescentados ao longo dos tempos, que se baseia este romance, onde as intrigas da corte e os tímidos passos da rainha-infanta D. Beatriz de Portugal se cruzam com os caminhos da prodigiosa padeira de Aljubarrota, Brites de Almeida, símbolo máximo da resiliência e bravura de todo um povo.


A minha opinião: Tinha muita vontade de ler este livro, não só porque sempre me encantou a história da Padeira de Aljubarrota, mas também porque há muitos anos li um livro da autora de que gostei muito na altura e, agora que mudou do romance contemporâneo para o romance histórico tinha curiosidade em ver se iria continuar a gostar.

A resposta é complexa porque é, ao mesmo tempo, sim e não. Por um lado, a autora continua a escrever muitíssimo bem e o seu trabalho de pesquisa foi extraordinário. Por outro, a história nunca me prendeu o que justifica o facto de ter demorado mais de dois meses para o ler...

Mais do que a história de Brites de Almeida, a famosa Padeira de Aljubarrota, é também a história dos tempos conturbados que se viveram em Portugal naquela altura. Seguimos o percurso de D. Fernando que, tendo sempre condenado o pai, D. Pedro, por se ter deixado encantar por Inês de Castro, se deixa enfeitiçar por Leonor Teles. Não é à toa que recebeu o cognome de A Aleivosa. Era ambiciosa, manipuladora e intriguista, acho que não tinha uma qualidade redentora...

Também é a história de D. Beatriz de Portugal, a rainha-infanta filha deles que foi forçada a casar ainda criança com o rei de Espanha e que nunca chegou a ser rainha de Portugal. E do seu escudeiro Lopo, personagem fulcral nesta história e através da qual conhecemos grande parte dos seus pormenores.

E depois, há Brites, mulher de força notável, física e mental. Com seis dedos em cada mão era mais forte do que muitos homens, tendo-se feito passar por um por várias vezes.

Infelizmente, todas as personagens (com excepção de D. Beatriz) eram total e completamente odiosas. Tenho noção de que foram tempos difíceis, mas não haver uma única personagem por quem torcer é difícil... E tinha passado bem sem o aspecto paranormal da história.

Além disso, não o consigo classificar como romance histórico, já que não há romance propriamente dito. Há espécies disso, mas romance a sério? Népia!

Enfim, gostei, mas podia ter gostado muito mais...


Classificação: 3


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