Autor: José Saramago
Editor: Editorial Caminho
Edição/reimpressão: Dezembro de 2010
ISBN: 9789722102865
Páginas: 584
Editor: Editorial Caminho
Edição/reimpressão: Dezembro de 2010
ISBN: 9789722102865
Páginas: 584
Sinopse: Um tempo múltiplo. Labiríntico. As histórias das sociedades humanas. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de dezembro de 1935. Fica até setembro de 1936. Uma personagem vinda de uma outra ficção, a da heteronímia de Fernando Pessoa. E um movimento inverso, logo a começar: «Aqui onde o mar se acaba e a terra principia»; o virar ao contrário o verso de Camões: «Onde a terra acaba e o mar começa.» Em Camões, o movimento é da terra para o mar; no livro de Saramago temos Ricardo Reis a regressar a Portugal por mar. É substituído o movimento épico da partida. Mais uma vez, a história na escrita de Saramago. E as relações entre a vida e a morte. Ricardo Reis chega a Lisboa em finais de dezembro e Fernando Pessoa morreu a 30 de novembro. Ricardo Reis visita-o ao cemitério. Um tempo complexo. O fascismo consolida-se em Portugal.
Sinopse retirada daqui
A minha opinião: Já tinha tentado ler este livro há quase vinte anos, quando saiu na colecção Mil Folhas do Público. Infelizmente a minha cópia vinha com páginas duplicadas em vez das que era suposto trazer, pelo que tive de desistir. Eventualmente lá comprei uma nova cópia, mas só o li depois de terem feito o filme...
É Saramago no seu melhor. O autor pega num personagem doutro autor e torna-o no protagonista da sua obra. Mais concretamente, pega num heterónimo de Fernando Pessoa, Ricardo Reis, e desenvolve uma história sobre Lisboa e Portugal de 1936.
A premissa é a seguinte: após a morte de Fernando Pessoa, em 1935, Ricardo Reis regressa a Portugal vindo do Brasil onde se encontrava exilado há 16 anos. Instala-se num hotel em Lisboa e começa a receber visitas do espírito de Fernando Pessoa que, agora morto, acaba por ter uma melhor visão dos acontecimentos na cidade e no país. É que convém não esquecer que nos encontrávamos em pleno Estado Novo e os tentáculos do regime fascista faziam-se sentir por todo o lado...
E pelo meio ainda há as duas mulheres que marcarão este último ano da vida de Ricardo Reis: Marcenda, a jovem de boas famílias que se desloca à capital em busca de cura para o seu braço que não consegue mexer, e Lídia, a criada do hotel onde está hospedado. Com a segunda inicia uma relação física e pela primeira enamora-se ao ponto de considerar casamento. Ele é horrível com Lídia que lhe dá tudo sem nunca pedir nada em troca. E acaba por confundir pena com amor, pelo que Marcenda o rejeita totalmente.
No final parte com Fernando Pessoa, que não podia mais continuar neste plano, e seguem pelas ruas de Lisboa. "Aqui, onde o mar se acabou e a terra espera".
A escrita é sublime e a descrição das ruas de Lisboa é fantástica. Fiquei com vontade de, também eu, fazer o roteiro lisboeta percorrido por Ricardo Reis.
O filme não é tão bom (muito raramente é), mas tem actuações excelentes e, só por isso, vale a pena ver.
Classificação: 5
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