Autor: Truman Capote
Tradutor: Maria Isabel Braga
Editor: Grupo Cofina (Biblioteca Sábado)
Edição/reimpressão: 2008
ISBN: 9788461205998
Páginas: 240
ISBN: 9788461205998
Páginas: 240
Sinopse: Em 1959 um violento crime abalou a tranquila cidade de Holcomb, Kansas: um rico agricultor, a sua mulher e os seus dois filhos adolescentes foram encontrados no domicílio familiar, atados e amordaçados, mortos à queima-roupa. Os Clutter, assim se chamava a família assassinada, eram prósperos trabalhadores, frequentadores da missa dominical, sem inimigos, um exemplo virtuoso da América profunda. No dia seguinte, Truman Capote leu a notícia nos jornais e decidiu investigar o caso, indagar na obscura motivação dos assassinos, com o propósito de escrever «um romance real, um livro que se lesse exactamente como um romance, só que cada palavra fosse rigorosamente certa».
A minha opinião: Após ler sobre o assassinato de uma família no Kansas, Truman Capote propôs-se investigar o crime, através de uma série de entrevistas (que conduziu com a sua amiga Harper Lee, a autora de Mataram a Cotovia), e recontá-lo como se de um romance se tratasse. E foi isso que fez neste A Sangue Frio.
Na madrugada de dia 15 de Novembro de 1959, um Domingo, quatro membros da família Clutter foram brutalmente assassinados: Herb Clutter, a sua mulher Bonnie e os seus filhos mais novos, Nancy e Kenyon. Todos foram encontrados na manhã desse dia, atados, amordaçados e mortos com um tiro na cabeça. O crime é tão mais chocante quanto é inexplicável, pois não parece haver um motivo para o mesmo. Herb Clutter era um membro proeminente da sociedade, um patrão justo e querido por todos. Também Bonnie não tinha inimigos. E, certamente, os alvos não poderiam ser os dois adolescentes...
Este foi um crime que afectou imensamente a comunidade local, que passou a trancar portas e a desconfiar até dos vizinhos que conheciam desde sempre.
Sabemos logo a identidade dos assassinos, bem como o motivo, já que a história é contada cronologicamente. Uma série de circunstâncias e de escolhas levaram Perry Smith e Richard "Dick" Hickock a Holcomb naquela noite, onde cometeram actos imperdoáveis. Se, ao início, as autoridades não faziam ideia da identidade dos assassinos, nem do motivo para os assassinatos, uma pista coloca-os no caminho certo. Contudo, estes só seriam capturados seis semanas depois.
Gostei desta leitura, e achei que o autor fez um bom trabalho em manter uma certa neutralidade em relação aos assassinos. Fez um relato da vida de ambos, da sua infância e juventude, sem tentar com isso arranjar justificações para o que fizeram. Este foi, claramente, um projecto que o apaixonou, já que lhe dedicou seis anos.
Percebo o porquê deste crime ter sido tão chocante e ter tido tanto impacto na sociedade da época, mas 61 anos depois, e tendo conhecimento de tantos mais crimes horrendos e inexplicáveis, não foi assim tão chocante. Mas talvez seja eu que já estou a ficar dessensibilizada...
Classificação: 3
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