terça-feira, 3 de maio de 2016

Opinião: "Must Love Breeches"

Autor: Angela Quarles
Série: Must Love Time Travel #1
Editor: Unsealed Room Press
Edição/reimpressão: Setembro de 2014
ISBN: 9780990540007
Páginas: 309

Sinopse: She's finally met the man of her dreams. There's only one problem: he lives in a different century.

HOW FAR WOULD YOU TRAVEL FOR LOVE?

A mysterious artifact zaps Isabelle Rochon to pre-Victorian England, but before she understands the card case’s significance a thief steals it. Now she must find the artifact, navigate the pitfalls of a stiffly polite London, keep her time-traveling origins a secret, and resist her growing attraction to Lord Montagu, the Vicious Viscount so hot, he curls her toes.

To Lord Montagu nothing makes more sense than keeping his distance from the strange but lovely Colonial. However, when his scheme for revenge reaches a stalemate, he convinces Isabelle to masquerade as his fiancée. What he did not bargain on is being drawn to her intellectually as well as physically.

Lord Montagu’s now constant presence overthrows her equilibrium and her common sense. Isabelle thought all she wanted was to return home, but as passion flares between them, she must decide when her true home—as well as her heart—lies.

A minha opinião: Já li este livro há mais de um mês o que, infelizmente, significa que já não recordo todos os seus detalhes e temo que isso se reflicta nesta opinião. O que é uma pena, porque eu adorei Must Love Breeches! A sério, gostei tanto que, embora o tenha terminado em Março, estou convicta que estará no Top 3 das minhas leituras de 2016 no final do ano. Para já, ocupa o 1º lugar!

A história começa quando a heroína da história, Isabelle Rochon, uma americana a viver e a trabalhar em Londres, se encontra num baile de reencenação organizado pelo British Museum onde trabalha. Ao contrário das outras mulheres que se encontram no baile, Isabelle abdicou da sensualidade e da comodidade pela veracidade histórica e enverga um vestido igual ao que as mulheres usariam num baile na Inglaterra pré-Vitoriana. A única inexactidão a que não conseguiu resistir foi levar consigo a bolsa de prata para cartões de visita que encontrou debaixo das tábuas da casa que comprou enquanto a estava a restaurar que, embora seja da época, não era um acessório usado pelas mulheres em bailes.

E é precisamente quando esfrega o polegar na gravação da bolsa ao mesmo tempo que pensa para si mesma se não seria fantástico estar realmente naquele baile, mas em 1834, que a sala começa a rodar... Isabelle pensa que já bebeu mais do que a conta, mas repara noutra moça vestida de forma historicamente correcta e não resiste a meter conversa. E a tirar-lhe uma foto com o telemóvel.

A rapariga apresenta-se como Miss Ada Byron e Isabelle presume que ela está mascarada de Ada Byron Lovelace. Mas a rapariga não sai da personagem nem por nada... E quando o primo dela aparece a solicitar uma apresentação, Isabelle começa a achar que eles estão a levar a reencenação demasiado a sério... Mas está disposta a deixar passar, já que Lord Montagu é extremamente atraente.

Só que, de repente, Isabelle começa a aperceber-se de que todos no baile estão a ser demasiado historicamente correctos e ela não consegue encontrar ninguém conhecido. Está-se tudo a tornar demasiado estranho e ela decide ir para casa. Mas quando sai do baile, Londres parece diferente de alguma forma: não há nem um carro na rua, mas há cavalos e carruagens e a estação de metro desapareceu! E como se não bastasse, um miúdo de rua rouba-lhe a bolsa de prata e enquanto ela o perseguia é atropelada por uma carruagem, bate com a cabeça e perde os sentidos... E quando acorda em casa de Ada, percebe que, de alguma forma viajou no tempo e está em 1834...

Adaptar-se à época não é propriamente fácil, mesmo para uma historiadora como Isabelle. Felizmente que consegue convencer Ada da verdade, mostrando-lhe a fotografia que lhe tirou com o telemóvel no baile, angariando assim uma aliada e uma amiga. Isabelle convence-se que foi através da bolsa de prata que viajou para o passado e por isso precisa recuperá-la para regressar a casa. E para isso precisa da ajuda não só de Ada, mas também do primo dela.

Lord Phineas Montagu não consegue deixar de pensar na intrigante colonial que está a viver com a sua prima Ada. E percebe que ela pode ser precisamente aquilo de que ele precisa. É que Phineas precisa desesperadamente de limpar a sua reputação e que melhor forma de o fazer do que com uma noiva falsa? E quem melhor do que Isabelle, nova em Londres, com uma reputação impecável e sem nada a perder?

Mas o noivado falso implica passarem tempo juntos e a atracção que sentem um pelo outro é cada vez maior e mais intensa. Phineas é, nas palavras de Isabelle, como ter o Mr. Darcy e o Mr. Knightley na mesma sala! É um cavalheiro (mas é também um implacável sedutor...), é um homem de honra (apesar da sua reputação), e é um homem que respeita os desejos e a vontade da Isabelle, mesmo que isso signifique perdê-la... E a Isabelle é tudo aquilo que ele precisava. Ela vê para além da reputação dele como o Visconde Vicioso, esforça-se para compreender os motivos dele para agir como age e ajuda-o a atingir os seus objectivos, mesmo que isso possa significar que ela fique comprometida. Foram claramente feitos um para o outro, mas a vida de Isabelle está a uma distância de mais de 200 anos...

Com excepção de um pequeníssimo pormenor no final (que não posso revelar porque é um spoiler) adorei tudo neste livro. A Isabelle é uma heroína fantástica! Ela usa óculos, adora ler, tem um gato e recompensa-se com vinho e chocolate negro! É uma mulher independente, forte e bem resolvida apesar de tudo por que já passou, é inteligente e desenrascada, mas é também capaz de pedir ajuda quando sabe que dela precisa. E ao encontrar-se numa época em que as mulheres não tinham direitos, só deveres, a adaptação não é fácil. Mas o Phineas ajuda...

OMD, o Phineas entrou directamente para a minha galeria de homens ficcionais preferidos, onde já figuravam o Mr. Darcy e o Mr. Knightley. A começar pelo nome, que estranhamente funciona. Se inicialmente me tivessem dito que ia acabar a suspirar por um protagonista chamado Phineas eu não acreditava, mas aconteceu. Ele é fantástico por todos os motivos que já enunciei e, apesar de inicialmente achar que a Isabelle é louca, acaba por se convencer de que é apenas excêntrica, e acaba por apreciar as suas excentricidades. Afinal, ela não é como nenhuma mulher que ele conheceu até aí... Mas será o amor dele suficiente para a fazer ficar?

E as personagens secundárias também são fantásticas! A Ada é realmente a Ada Byron (mais tarde Lovelace), filha de Lord Byron de cujas obras a autora inclui pequenos excertos no início de cada capítulo. Através dela, a Isabelle e nós próprios interagimos com uma série de personagens reais e assistimos a eventos históricos. E não posso deixar de referir a Katy, a melhor amiga da Isabelle no presente e que é a protagonista do próximo livro da série. Mal posso esperar por o ler...

Angela Quarles é uma autora que não conhecia, mas agradeço a quem deu a dica num grupo do facebook de que este livro era fantástico e estava em promoção, porque de outra forma iria continuar sem a conhecer. Adorei a sua escrita, o seu sentido de humor, a sensualidade que imprimiu às cenas entre os protagonistas, o facto da história ser contada na perspectiva de ambos, enfim, adorei tudo! Só não gostei muito do tal pormenor final que já referi, mas ao pesquisar a restante obra da autora, acabei por perceber o porquê do mesmo.

Ufa, para quem achava que já não ia ter muito a dizer sobre este livro, acabei por escrever um testamento... Penso que isso diz muito sobre o quanto gostei dele. Recomendo muitíssimo, especialmente a fãs do Outlander.

Classificação: 5

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Este livro conta para os Desafios Mount TBR 2016, TBR Pile 2016What's in a Name? 2016 (An item of clothing) e Monthly Motif 2016 (Take a Trip).

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