Título original: Il giorno in più
Autor: Fabio Volo
Editor: Mondadori
Edição/reimpressão: Setembro de 2013
ISBN: 9781480426474
Páginas: 116
Origem: Requisitado no NetGalley
Sinopse: With almost five millions copies sold in Italy, Fabio Volo’s
books have made him the unquestionable king of Italian romantic comedy.
Experience his wonderful novels, for the first time, in English.
Giacomo
cannot lead a more enviable lifestyle. He is young, has inherited an
apartment, is doing well at work, is good with women, and always manages
escape any sort of commitment. But he feels trapped in a monotonous
life that shows no signs of changing . . . Who knew success could be so
boring? His routine is finally interrupted when a captivating young
woman invites him to coffee, and so begins a modern love story that
takes into account the realities of modern relationships.
A minha opinião: Fabio Volo tem três livros editados em Portugal (incluindo este), e tinha curiosidade em ler alguma coisa dele pelo que, quando vi este livro disponível no NetGalley, não pude deixar de o requisitar...
Não faço ideia se o facto de ter lido uma tradução para o inglês fez alguma diferença, mas a verdade é que, até mais de metade do livro, estava a achar a história um bocadinho chata e o protagonista ainda mais chato... Felizmente as coisas começam a compor-se, talvez no último terço da história, e acabei por gostar deste One More Day (O Dia Que Faltava). Julgo mesmo que foi quando o título fez sentido que a leitura se tornou mais prazeirosa.
Giacomo tem, à primeira vista, tudo aquilo podia desejar: profissionalmente a vida corre-lhe muito bem, tem uma situação financeira confortável e tem bastante sucesso com as mulheres. Mas há algo que falta na sua vida, algo que nem ele consegue identificar.
Giacomo apanha o eléctrico para o trabalho e todos os dias nele viaja também uma jovem mulher, com quem Giacomo nunca falou, mas com a qual passa a viagem a fantasiar. Um dia a mulher passa por ele ao sair do eléctrico e convida-o para ir beber um café com ela e Giacomo aceita. E é então que ela lhe confessa que também reparou nele, e que reparou nele a reparar nela, e comunica-lhe que esta foi a sua última viagem no eléctrico, pois aceitou um emprego em Nova Iorque.
A obsessão de Giacomo com Michela, a mulher do eléctrico, atinge o seu pico então, quer porque o seu dia perdeu aquilo que lhe dava ânimo (vê-la e fantasiar com ela), quer porque se recrimina constantemente por nunca a ter abordado quando teve hipótese. Influenciado pela amiga Sílvia, Giacomo acaba por viajar para Nova Iorque munido apenas da morada do local de trabalho de Michela.
E é quando se dá o reencontro que Michela revela que tinha esperança que ele a tentasse encontrar. Decidem passar os próximos nove dias, até que Giacomo regresse a Itália, a fingir que são noivos, um noivado a tempo certo, que terminará ao nono dia, e desta forma, evitarem todos os constrangimentos das novas relações entre pessoas que se estão a conhecer.
E, no fundo, é isso mesmo que fazem, conhecem-se um ao outro no decorrer do seu noivado falso, não trocam só intimidades, mas também têm conversas profundas, revelam segredos, trocam confidências, são absolutamente honestos um com o outro. Foi muito refrescante ver o iniciar e evoluir da sua relação, até porque também sou uma firme crente na necessidade de haver honestidade total para que uma relação resulte. Mas esta é uma relação com prazo de validade e o que acontecerá quando Giacomo se aperceber que os dias que teve com Michela não são suficientes?
O meu maior problema com este livro é o facto da história ser contada na primeira pessoa pelo protagonista Giacomo, e eu só comecei a simpatizar com ele quando ele se começa a relacionar com a Michela em Nova Iorque. Até lá, achei-o um choninhas de primeira, mimado e cobarde, e até percebo que houve circunstâncias que determinaram que assim fosse, mas nunca consegui importar-me com ele o suficiente. Gostei mais da Michela, embora ache que ela confiava demasiado no destino...
Foi sobretudo após a separação dos dois que a história verdadeiramente me agarrou, principalmente porque é aí que a mudança que se opera no Giacomo é realmente visível.
Resumindo, gostei deste romance contemporâneo, com algo de conto de fadas dos tempos modernos, mas não me identifiquei com o protagonista e, dessa forma, não consegui realmente torcer por ele. Ah, e a grande revelação do final? Vi-a chegar a milhas de distância. O que não significa que não tenha sido um bom toque final...
O grande ensinamento do livro? Se passarmos a vida a fantasiar, mas nunca fizermos nada para tentar concretizar essas fantasias, nunca saberemos o que poderia ter sido, e podemos perder a melhor coisa que alguma vez nos aconteceria.