Título original: The Birth of Venus
Autor: Sarah Dunant
Tradutor: Sofia Gomes
Editor: Edições Asa
Edição/reimpressão: Janeiro de 2012
ISBN: 9789892316734
Páginas: 416
Sinopse: Alessandra Cecchi tem quase quinze anos quando o pai, um próspero mercador de tecidos, contrata um jovem pintor para pintar um fresco na capela do
palazzo da família. Alessandra é uma filha da Renascença, tem uma mente precoce e um temperamento artístico… e rapidamente fica inebriada pelo génio do pintor.
Muitos anos depois, a irmã Lucrezia morre no convento onde passou grande parte da sua vida. Perplexas, as outras freiras observam a estranha serpente tatuada no seu corpo.
É que, antes de entrar para o convento, a irmã Lucrezia era Alessandra. Jovem, bela e inteligente, ela viveu o esplendor e luxo da Florença renascentista, conviveu com os ricos e poderosos, criou, amou, transgrediu... Como foi ela parar àquele convento? O que significa a tatuagem na sua pele? Quais foram afinal as causas da sua morte?
Romance de amor, mistério e arte,
O Nascimento de Vénus dá-nos a conhecer um irreverente elenco de mulheres inesquecíveis, que nos abrem as portas da Florença renascentista, um dos mais formidáveis centros de cultura e arte da história da humanidade.
A minha opinião: Este foi um livro sobre o qual tive bastante dificuldade em escrever e julgo que essa dificuldade se prende, sobretudo, com o medo que tenho de não conseguir transmitir correctamente o quanto achei este livro é especial...
Para começar, passa-se num dos poucos períodos históricos que gostei de estudar, o Renascimento. As aulas de História nunca foram as minhas favoritas, mas o Renascimento marcou-me (e pude comprovar que realmente aprendi nessas aulas, pois lembrava-me de vários acontecimentos históricos que a autora refere no livro), bem como tudo o que se relacionasse com História da Arte.
A autora enquadra a história que nos conta com a queda dos Médicis e a ascensão e posterior queda de Savonarola, um período muito conturbado na cidade de Florença onde a acção se passa. A história é-nos contada pela perspectiva de Alessandra, uma adolescente rebelde e pouco feminina, uma rapariga à frente do seu tempo, que pinta, lê, discute filosofia, tem opiniões e não se coíbe de as expressar. Ao contrário da sua irmã mais velha, Alessandra não tem qualquer interesse em casar e sonha com um convento onde possa ler e pintar à vontade.
No início da história, o pai de Alessandra trás consigo de uma das suas viagens um jovem pintor (na altura era comum as famílias de posses patrocinarem artistas) e imediatamente Alessandra tenta a todo o custo estabelecer contacto com ele o que não é fácil, não só porque as jovens não podiam falar com homens que não fossem membros da família, mas também porque o pintor, criado num convento, é extremamente tímido.
Mas eis que Florença é invadida por Carlos VIII, rei de França, e para evitar ser enviada para um convento e para longe da sua família, Alessandra aceita casar com o primeiro pretendente que aparece, um homem bastante mais velho, mas culto e que permite e até encoraja Alessandra a continuar a pintar. Mas este casamento tem um segredo que é descoberto por Alessandra tarde de mais e que irá condicionar todo o seu futuro.
E pronto, não conto mais, se quiserem descobrir como é que Alessandra se transforma na irmã Lucrezia terão de ler o livro. E penso que não se irão arrepender... Este é um dos melhores romances históricos que já li.
Resta dizer que o clima de medo e repressão dos florentinos sob o jugo de Savonarola está muito bem explorado e até há uma série de mortes misteriosas e macabras a acontecer em Florença!
Só tenho uma coisinha a apontar e tem a ver com a modelo escolhida para a capa. Mas quem é que é suposto ser aquela loura? A Alessandra não é de certeza, já que tem o cabelo "negro como um corvo"...
Classificação: 5