quarta-feira, 2 de julho de 2014

Opinião: "Cidades de Papel"

www.wook.pt/ficha/cidades-de-papel/a/id/15692826?a_aid=4e767b1d5a5e5&a_bid=b425fcc9
Título original: Paper Towns
Autor: John Green
Tradutor: António Carlos Andrade
Colecção: Noites Claras nº 16
Editor: Editorial Presença
Edição/reimpressão: Fevereiro de 2013
ISBN: 9789722349963
Páginas: 344

Sinopse: Quentin Jacobsen e Margo Roth Spiegelman são vizinhos e amigos de infância, mas há vários anos que não convivem de perto. As suas personalidades não podiam ser mais opostas, e foram justamente a irreverência e o espírito de aventura de Margo que sempre seduziram um Quentin muito mais tímido e reservado. Agora que se reencontraram, nas vésperas do baile de finalistas da escola que ambos frequentam, as velhas cumplicidades são reavivadas, e Margot consegue convencer Quentin a segui-la num engenhoso esquema de vingança. Mas Margot, sempre misteriosa, desaparece inesperadamente, deixando a Quentin uma série de elaboradas pistas que ele terá de descodificar se quiser alguma vez voltar a vê-la. Mas quanto mais perto Quentin está de a encontrar, mais se apercebe de que desconhece quem é verdadeiramente a enigmática Margot. Um romance entusiasmante, sobre a liberdade, o amor e o fim da adolescência.

A minha opinião: Cidades de Papel foi a minha estreia com o autor John Green e tinha muita curiosidade em ler algo dele, sobretudo porque o sigo no twitter e no tumblr e ele tem um sentido de humor fantástico. Que, felizmente, transparece nesta história.

A história é-nos contada na primeira pessoa, e sempre na perspectiva de Quentin Jacobsen, Q para os amigos, e começa quando ele e a sua vizinha e amiga Margo Roth Spiegelman têm ambos 9 anos e, ao deambularem pelas ruas da urbanização onde vivem, encontram um cadáver, de um homem que se havia suicidado. Este é um acontecimento que os marca e os define, como se prova adiante.

No presente, Q é finalista do secundário e já entrou na faculdade e no curso que queria. Actualmente dá-se com os miúdos da Banda, pese embora não pertença à mesma, mas já não se dá com Margo Roth Spiegelman, que é agora uma das miúdas fixes. Claro que, para Q, ela é A miúda, pois o fraquinho que tinha por ela em miúdo não diminuiu nem um bocadinho com o passar do tempo.

Numa noite como tantas outras, Margo Roth Spiegelman surge à janela do quarto de Q, como costumava fazer quando eram miúdos, e pede-lhe que lhe dê boleia pois tem uma lista de 11 coisas a fazer essa noite e o seu pai tirou-lhe a chave do carro. Q acaba por concordar e acompanha Margo Roth Spiegelman no concretizar de uma série de tarefas cujo objectivo vai da vingança ao perdão, passando por um reconectar com Q, principalmente quando o leva ao topo de um edifício de onde têm uma vista privilegiada das cidades de papel, que é como Margo Roth Spiegelman chama às urbanizações que pululam por todo o lado nos subúrbios das cidades. Ao final da noite, Q têm esperança que o pouco tempo de secundário que lhes resta será diferente.

Mas, no dia seguinte, Margo Roth Spiegelman desapareceu. E se, ao início, ninguém parece dar muita importância ao facto (até porque já o havia feito várias vezes antes), a última noite que passou com ela e que, agora, começa a parecer-se bastante com a noite em que resolveu os seus assuntos inacabados, faz com que Q tema que Margo Roth Spiegelman tenha desaparecido para se suicidar. E, porque esta deixou pistas sobre o seu paradeiro, fica obcecado em encontrá-la.

Nessa sua cruzada, acaba por, inadvertidamente, destruir o fosso entre miúdos fixes e miúdos não fixes e por perceber muito sobre Margo Roth Spiegelman, sobre os seus amigos e sobre si próprio.

Gostei bastante da história, mas gostei ainda mais da escrita do autor. Os diálogos são fantásticos, assim como fantásticos são também alguns dos monólogos interiores de Q. É uma história sobre crescer, aceitar e lidar com a mudança, mas é sobretudo, a meu ver, uma história sobre amizade. Pois embora os supostos amigos de Margo Roth Spiegelman se tenham vindo a revelar completamente falsos (com uma excepção), os amigos de Q estiveram sempre lá para ele, ajudando-o na sua busca, mesmo que por vezes não a compreendessem. Por que é isso que os amigos fazem, ajudam-se uns aos outros, mesmo que às vezes não compreendam o porquê.

Uma nota final só para dizer que achei a revelação final do que são as cidades de papel completamente deliciosa, até porque a desconhecia. E fiquei curiosa por saber se em Portugal também existirão cidades de papel...

Classificação: 4

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Este livro conta para os Desafios Mount TBR 2014, TBR Pile 2014 e Monthly Motif Challenge 2014 (A Long Journey).

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