segunda-feira, 25 de maio de 2015

Opinião: "À espera de Moby Dick"

www.wook.pt/ficha/a-espera-de-moby-dick/a/id/14067282?a_aid=4e767b1d5a5e5&a_bid=b425fcc9
Autor: Nuno Amado
Editor: Oficina do Livro
Edição/reimpressão: 2012
ISBN: 9789895560134
Páginas: 243

Sinopse: Um desgosto avassalador leva um lisboeta a refugiar-se numa enseada perdida dos Açores para cumprir um velho sonho: avistar baleias. Enquanto espera pela chegada dos gigantes marinhos, ocupa os dias naquele lugar dominado pelo ruído do oceano a tentar reencontrar-se e a escrever cartas para o seu melhor amigo, contando-lhe o fio dos seus dias no exílio, mas também para destinatários tão improváveis como o Instituto Nacional de Estatística, o boxeur português com mais derrotas acumuladas ou um guru de auto-ajuda de sucesso planetário.

À medida que o tempo passa, consegue vencer a solidão absoluta que impôs a si próprio e estabelece contacto com os seus poucos vizinhos, como um alemão bem-humorado, que todos os dias sai sozinho para o mar, e um casal de reformados oriundo do continente, que recebe cartas do filho dos mais variados lugares do mundo. Depressa descobre que, naquela enseada, todos têm qualquer coisa a esconder e nada é exactamente o que parece.

À Espera de Moby Dick é um romance grandioso e envolvente que nos fala do amor, da perda e da extraordinária capacidade de regeneração do ser humano perante as maiores adversidades.

A minha opinião: À espera de Moby Dick segue uma narrativa epistolar, estrutura que aprecio bastante. O protagonista, cujo nome nunca chegamos a conhecer, muda-se, repentina e inesperadamente, para os Açores, com o objectivo de avistar baleias. Na verdade, está a refugiar-se de um desgosto, qual nunca chegamos a conhecer completamente, uma vez que o protagonista só se refere a ele com meias-frases e metáforas.

Chegado aos Açores, inicia correspondência com o seu melhor amigo, ao qual vai pedindo favores, ao mesmo tempo que o tenta tranquilizar de que o seu exílio voluntário não significa que irá pôr fim à sua própria vida. Apenas temos acesso à correspondência do protagonista, nunca às respostas do seu amigo, mas sabemos algumas coisas através das respostas às suas questões.

Para além desta correspondência, o protagonista escreve também várias cartas a diferentes entidades e pessoas, consoante algo que leu lhe suscita a necessidade de expressar a sua opinião, ou uma reflexão o motiva a compartilhá-la com a pessoa/entidade que considera mais adequada para a partilhar. Algumas destas cartas são engraçadas, mas algumas achei forçadas...

Através das suas cartas ficamos a saber como o protagonista ocupa os seus dias, e também ficamos a conhecer os vizinhos com quem se começa a relacionar, todos eles também personagens um pouco estranhas e que, desconfiamos, estão também em exílio e a fugir de alguma coisa...

E depois há a correspondência que o filho dos Viana, os seus vizinhos, lhes envia dos mais variados locais do globo, e que despertam o interesse do protagonista e, também o nosso.

Gostei da escrita do autor e da história, especialmente das descrições dos Açores (que têm um lugarzinho especial no meu coração), e só não lhe dou uma classificação mais elevada porque ficam muitas pontas soltas, demasiadas coisas por explicar ou apenas subentendidas, e eu gosto de saber os comos e os porquês. Mas é uma boa história sobre a perda, o luto e o voltar à vida, não à que tínhamos antes, mas à que fica depois.

Classificação: 3

2 comentários:

  1. Olá,
    Estou curiosa por ler este livro, tenho-o mas também tenho algum receio de lhe pegar, pois acho que não faz muito o meu género. Já li muita coisa boa e má sobre ele e é isso que me abre o apetite para a sua leitura.
    Gostei da franqueza da tua opinião, é bom lermos opiniões diretas e sinceras.
    Boas leituras.

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  2. Olá!

    Nunca li este livro. Li recentemente o "Manual de elicidade para Neuróticos" e dei-lhe a mesma pontuação pelas mesmas razões, apesar de ter gostado da escrita do autor e da história.

    Beijinhos e boas leituras

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