sábado, 25 de julho de 2015

Opinião: "A Herança do Vazio"

www.wook.pt/ficha/a-heranca-do-vazio/a/id/188755?a_aid=4e767b1d5a5e5&a_bid=b425fcc9
Título original: The Inheritance of Loss
Autor:
Adaptado por: Vera Falcão Martins
Editor: Porto Editora
Edição/reimpressão: 2007
ISBN: 9780241143483
Páginas: 416

Sinopse: No nordeste dos Himalaias, numa casa isolada no sopé do monte Kanchenjunga, vive Jemubhai, um velho juiz amargurado, que tudo o que quer é reformar-se em paz e dedicar o seu afecto à única criatura que ama, a sua cadela Mutt. A chegada da neta órfã, Sai, abalará o seu sossego, obrigando-o a remexer as suas memórias e a repensar a sensação de estranheza na própria pátria. Tudo isto se acentuará com o romance entre Sai e Gyan, um nepalês que se envolve numa revolta que alterará inquestionavelmente a vida de Jemubhai.

A serenidade da vida do juiz contrasta com a vida do filho do seu cozinheiro, Biju, que saltita sucessivamente de restaurante em restaurante, em Nova Iorque, à procura de emprego, numa fuga constante aos Serviços de Imigração. Julgando que o filho leva uma vida boa e que acabará por vir buscá-lo para junto dele, o cozinheiro vai arrastando os seus dias.


Neste magnífico romance, vencedor do Man Booker Prize 2006, Desai como que cria uma tapeçaria em que todas as personagens partilham uma herança comum de impotência e humilhação. E, com uma mestria sublime, consegue, ao longo de toda esta poderosa saga familiar, deixar sempre em aberto um desfecho de esperança ou de traição.


Numa escrita inesgotavelmente rica e complexa, com rasgos de exotismo, a autora retrata temas tão actuais como a globalização, o colonialismo, o racismo, o abismo entre pobres e ricos e a imigração.

A minha opinião: A Herança do Vazio era uma das leituras sugeridas na Comunidade de Leitores, e escolhi-o pela capa, que é lindíssima, e pela sinopse, que sugere uma história mesmo à minha medida. Infelizmente não se veio a verificar...

Demorei um mês para ler um livro de pouco mais de 400 páginas o que, por si só já é muito mau sinal... Mas a verdade é que a história nunca me prendeu, e tive de ir lendo outros livros porque simplesmente não me apetecia ler este. Percebo agora que devia ter desistido, mas mantive sempre a esperança de que fosse melhorar. Afinal, este livro foi vencedor do Man Booker Prize... Certamente teria algo de especial que ainda se iria revelar, certo? Infelizmente, comigo não foi o caso.

A história passa-se maioritariamente na região de Kalimpong, uma região da Índia que faz fronteira com o Nepal, o Butão, o Bangladesh e o Tibete. É uma região de contrastes, com muitas e variadas nacionalidades e castas, em que alguns tentam desesperadamente agarrar-se ao modo de vida do antigo império, outros lutam em movimentos separatistas e a maioria só quer que os deixem em paz e que as coisas não piorem mais ainda.

Mas passa-se também em Nova Iorque, na qual seguimos o difícil percurso de um jovem imigrante indiano, enquanto o seu pai e todos na terra pensam que ele está a enriquecer na América. E temos ainda flashbacks para o passado do juíz e dos pais de Sai, a sua neta.

O cenário poderia ter proporcionado uma história interessante e empolgante, mas infelizmente nunca aconteceu. Achei que a história tem um excesso de personagens que só serviu para que me dispersasse e que a opção por não seguir uma história linear foi prejudicial à leitura. Não me liguei a uma só personagem, nunca fiquei em pulgas para saber o que aconteceria a seguir, nem me interessei particularmente pelo seu destino final.

As únicas partes que achei moderadamente interessantes foram as que descreviam a vida do filho do cozinheiro nos EUA, mas até essas foram perdendo o interesse...

Não posso recomendar a sua leitura, mas considerando o prémio que recebeu e a média de 3.38 que tem no Goodreads, muito provavelmente, o problema é meu.

Classificação: 1

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