sexta-feira, 1 de junho de 2012

Opinião: "O Segredo da Casa de Riverton"

Título original: The House at Riverton
Autor: Kate Morton
Tradutor: Vítor Guerreiro
Editor: Porto Editora
Edição/reimpressão: Outubro de 2008
ISBN: 9789720041609
Páginas: 480

Sinopse: Como sobrevivem os que presenciam a tragédia?

Verão de 1924
Na noite de um glamoroso evento social, um jovem poeta perde a vida junto ao lago de uma grande casa de campo inglesa. Depois desse trágico acontecimento, as suas únicas testemunhas, as irmãs Hannah e Emmeline Hartford, jamais se voltariam a falar.

Inverno de 1999
Grace Bradley, de noventa e oito anos de idade, antiga empregada da casa de Riverton, recebe a visita de uma jovem realizadora que pretende fazer um filme sobre a morte trágica do poeta.
Memórias antigas e fantasmas adormecidos, há muito remetidos para o esquecimento, começam a ser reavivados. Um segredo chocante ameaça ser revelado, algo que o tempo parece ter apagado mas que Grace tem bem presente.
Passado numa Inglaterra destroçada pela primeira guerra e rendida aos loucos anos 20, O Segredo da Casa de Riverton é um romance misterioso e uma emocionante história de amor.

A minha opinião: Geralmente gosto de escrever as minhas opiniões logo quando termino os livros e, de preferência, antes de começar a leitura seguinte. Mas com O Segredo da Casa de Riverton não fui capaz e não sei bem porquê...

Quero começar por dizer que esta autora me foi recomendada pela Célia após ter lido e adorado O Décimo Terceiro Conto e, mais tarde, o livro passou a ser sugestão frequente nas recomendações do Goodreads. Muito obrigada Célia, pela recomendação, já tenho os restantes livros da Kate Morton e vou, sem dúvida, continuar a acompanhar esta autora.

Quanto à história propriamente dita, e sem revelar muito, trata-se de um dos meus géneros favoritos, drama familiar histórico (não sei se esta categoria existe mesmo, mas é assim que o classifico) que alterna entre o presente (1999) e o passado (período entre as duas guerras mundiais). A história é-nos contada do ponto de vista de Grace, actualmente com 98 anos, que começa a relembrar a sua vida (inevitavelmente entrelaçada com a vida da família Hartford, para quem trabalhou), a propósito do contacto de uma jovem realizadora que está a fazer um filme sobre a família Hartford (particularmente sobre as irmãs Hannah e Emmeline) e o seu envolvimento numa tragédia que só nos é revelada mesmo no final. A realizadora pretende tentar desvendar melhor o passado e a vida das duas irmãs, uma vez que Grace é a única sobrevivente daquela época.

E cedo percebemos que Grace sabe muito mais do que alguma vez contou... Mas a inevitabilidade da morte e a vontade de se reconectar com o neto levam-na a contar toda a história em cassetes que grava e envia para o neto. E é assim que também nós ficamos a saber toda a verdade sobre a tragédia daquela noite de Verão e tudo o que anteriormente se passou e que conduziu as personagens àquele final.

Gostei muito desta história, da relação entre os três irmãos, da relação entre Hannah e Grace, de como em tão poucos anos a sociedade mudou radicalmente a forma como encarava a mulher e o seu comportamento em sociedade (e que podemos constatar no contraste entre a situação de Hannah e a situação de Emmeline) e, principalmente de como uma mentira perfeitamente inocente pode ter resultados tão avassaladores anos mais tarde.

No final há um pormenor que achei escusado e que penso não fazer muito sentido em termos cronológicos, mas acho que é o único reparo que tenho a fazer.

Classificação: 5

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Este livro conta para os Desafios Mount TBR 2012, What's in a Name 5 (tipo de casa) e Spring Reading Thing 2012.

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