quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Opinião: "Filhas"

Autor: Paulo José Miranda
Editor: Oficina do Livro
Edição/reimpressão: Julho de 2012
ISBN: 9789895559787
Páginas: 192
Origem: Oferecido pela editora em troca de uma opinião honesta

Sinopse: 1746. O rei D. João V anuncia aos habitantes das ilhas dos Açores que a Coroa concede benefícios a quem decidir emigrar para o litoral sul do Brasil.
Ao embarcar nesta aventura, João Cabral cruza-se com Maria de Fátima, uma mulher fascinante e invulgarmente emancipada para época. 
Desta união nasce uma descendência que marcará a saga da família Oliveira Cabral e a origem da colonização do Sul do Brasil, Florianópolis, antiga Ilha do Desterro. 
Memórias e segredos num ziguezague que intercala o romance histórico e o presente, como o tempo de um jogo de futebol. 
Paulo José Miranda conduz-nos pela intimidade desta família através de uma empolgante viagem pelos laços que unem pai e filhas, Portugal e o Brasil.

A minha opinião: Este livro deixou-me com sentimentos contraditórios. Por um lado, achei a escrita do autor belíssima, talvez derivado do facto de também escrever poesia. A forma como nos conta a história, entrelaçando passado e presente e contando-nos não só a história de uma família, mas também parte da história da relação entre Portugal e o Brasil, também me agradou muito.

Esta é a história da família Cabral e da relação entre os pais e as filhas desta família, relações tensas e complicadas, como se de uma maldição se tratasse. E nos capítulos do passado, estas relações entre pais e filhas estão enquadradas nas relações tensas entre Portugal e Brasil na época.

Os capítulos passados no presente não se limitam à relação pai/filha, há neles toda uma análise e crítica social feita pelo pai e pelos seus amigos no bar enquanto assistem a um jogo de futebol. Achei este pormenor delicioso, até por ser algo que nos aproxima do Brasil. Mas não são capítulos de leitura fácil. Por conterem uma aguçada crítica social, a reflexão torna-se inevitável, o que torna a progressão na história mais lenta.

Mas então, se gostei da história, da forma como é escrita e contada, porquê os sentimentos contraditórios? Por causa do final. Não consegui perceber aquele final. Achei-o maçador e despropositado e não achei que estivesse enquadrado com o resto da história.

Fiquei curiosa para ler o livro que valeu ao autor o Prémio Literário José Saramago, Natureza Morta.

Classificação: 3

3 comentários:

  1. Ainda não li o livro, mas sei o que dizes sobre a decepção no final de um leitura... Felizmente, têm sido poucos os livros em que isso me tem acontecido :)
    Boas leituras!

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    1. Felizmente comigo também têm sido poucos. Mas custa-me tanto...
      Obrigada e boas leituras para ti também!

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  2. Olá , passei pela net encontrei o seu blog e o achei muito bom, li algumas coisas folhe-ei algumas postagens, gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns, e espero que continue se esforçando para sempre fazer o seu melhor, quando encontro bons blogs sempre fico mais um pouco meu nome é: António Batalha. Como sou um homem de Deus deixo-lhe a minha bênção. E que haja muita felicidade e saude em sua vida e em toda a sua casa.

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