terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Opinião: "A Medida do Mundo"

Título original: Die Vermessung der Welt
Autor: Daniel Kehlmann
Tradutor: Maria das Mercês Peixoto
Colecção: Grandes Narrativas nº 348
Editor: Editorial Presença
Edição/reimpressão: Março de 2007
ISBN: 9789722337151
Páginas: 224


Sinopse: Este romance, ao retratar as personalidades de dois gigantes do Iluminismo alemão, Alexander von Humboldt e Carl Friedrich Gauss, configura de alguma forma uma magnífica fábula do Século das Luzes. A narração começa quando os dois eminentes sábios se encontram em Berlim, no ano de 1828. O autor recria as vidas dos dois homens, revisitando os meios políticos, científicos e culturais da época, com uma arte inexcedível para dar colorido às situações, captar as idiossincrasias de duas personalidades tão diferentes e tudo isto com uma equilibrada economia de expressão, qualidades que propiciam humor e divertimento, suscitando, por outro lado, inevitáveis reflexões sobre as limitações humanas. Humboldt, aristocrata e asceta, fanático da medida, torna-se um dos fundadores da moderna geografia graças às suas incansáveis explorações pelo mundo, enquanto Gauss, o Príncipe das Matemáticas, prefere ficar sentado à secretária fazendo cálculos, exilado de um futuro a que sente pertencer. Apesar destas incomensuráveis diferenças, ambos têm em comum o anseio de transformar o mundo em cálculos verificáveis pela Razão, outras tantas fórmulas para desvendar os segredos do Universo. A Medida do Mundo manteve-se durante cerca de um ano à cabeça das tabelas de vendas na Alemanha, onde vendeu até agora mais de um milhão de exemplares, destronando sucessivamente Harry Potter e O Código Da Vinci. Com este seu romance já traduzido em 34 países, Daniel Kehlmann é considerado um renovador da literatura de ficção em língua alemã.

A minha opinião: Desconhecia totalmente a existência deste livro até o mesmo ter sido o Livro da Semana da Editorial Presença e simplesmente não resisti, tive de aproveitar a promoção... E porquê? Porque sendo geógrafa, Humbolt é uma figura incontornável na minha área e, embora tivesse uma ideia geral do seu trabalho, pensei que esta seria a forma ideal de saber mais sobre o seu percurso de vida.

E, de facto, o autor faz um excelente trabalho de recriação dos sentimentos e motivações por detrás das decisões e actos dos dois protagonistas, Humboldt e Gauss. Contudo esta não é uma história muito fácil de ler, pelo menos para mim não foi, uma vez que a história não é contada cronologicamente, o que ainda se torna mais confuso quando são dois protagonistas.

No fundo esta é a história de uma forte amizade entre dois génios completamente diferentes: Humbolt é optimista, atlético, aventureiro, tem sede de conhecimento e descoberta pela experimentação e exploração, enquanto Gauss é melancólico, extremamente pessimista, privilegia o raciocínio lógico e abomina o "trabalho de campo". Mas apesar de tão diferentes, têm também pontos em comum como a paixão pelo rigor, a excentricidade (cada qual à sua maneira) e a dificuldade de viver em sociedade e de acordo com as regras de comportamento da mesma.

Gostei muito deste livro, mas tenho pena que não tivesse sido mais desenvolvido, até porque o autor deixa no ar um "boato" que acabei por não conseguir perceber se seria verdadeiro ou uma liberdade artística do autor.

Deixo aqui as fotos dos protagonistas do livro, com os links para as respectivas páginas da Wikipédia (basta clicar nos nomes).

 

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