domingo, 13 de fevereiro de 2022

Opinião: "Perguntem ao Polícia"

www.wook.pt/ficha/crime-de-luxo/a/id/15283664?a_aid=4e767b1d5a5e5&a_bid=b425fcc9
Título original: Ask a Policeman
Autores: The Detection Club (Anthony Berkeley, Milward Kennedy, Gladys Mitchell, John Rhode, Dorothy L. Sayers e Helen Simpson)
Tradutor: Salvador Guerra
Colecção: Crime à Hora do Chá nº3
Editor: Edições Asa
Edição/reimpressão: Fevereiro de 2016
ISBN: 9789892334455
Páginas: 312


Sinopse: Lord Comstock, o tirânico magnata da imprensa, é assassinado na sua casa de campo, o que deixa o ministro do Interior britânico perante um enorme dilema. Não era segredo nenhum que Comstock tinha uma longa lista de inimigos. Para complicar ainda mais as coisas, recebeu, poucas horas antes de morrer, a visita de um arcebispo, de um político, e de uma figura proeminente da Scotland Yard. Uma vez que a suspeita recai sobre todos, é quase impossível conduzir a investigação de forma imparcial. O ministro resolve então recorrer à ajuda de quatro detetives de renome: Mrs. Adela Bradley, Sir John Saumarez, Mr. Roger Sheringham e Lord Peter Wimsey. Todos diferentes, todos competentes, todos ilustres - e nenhum deles disposto a recorrer à polícia…

Um policial escrito a várias mãos não é tarefa fácil, mas os membros do Detection Club provaram mais uma vez serem capazes de combinar esforços com mestria e humor. Para além de uma introdução de Martin Edwards e de um maravilhoso prefácio de Agatha Christie, Perguntem ao Polícia conta com a colaboração de Anthony Berkeley, Milward Kennedy, Gladys Mitchell, John Rhode, Dorothy L. Sayers e Helen Simpson.


A minha opinião: A ideia era boa, mas infelizmente a execução deixou bastante a desejar. Perguntem ao Polícia é um policial escrito por seis membros do Detection Club, um clube cujos membros são, e foram, alguns dos mais prestigiados autores de policiais. John Rhode começa por estabelecer o cenário do crime: a vítima, as testemunhas, os suspeitos e o local, a hora e as circunstâncias do crime. Depois Helen Simpson, Gladys Mitchell, Anthony Berkeley e Dorothy L. Sayers apresentam, cada um, a sua resolução do mistério que, para tornar tudo ainda mais difícil, é apresentada, não por um detective da sua própria criação, mas por um da criação de um dos outros autores. Para finalizar, Milward Kennedy apresenta-nos a real resolução do crime.

Como referi, a ideia era boa, mas infelizmente é notório o facto de que cada um dos quatro autores que escreveram a sua versão não comunicaram entre si. Por este motivo, e como Milward Kennedy, que teve de atar todas as pontas, referiu na sua introdução ao capítulo final, vários factos apresentados nesses quatro capítulos eram contraditórios, o que obrigou o autor a uma enorme ginástica (e a ter de ignorar algumas coisas previamente indicadas como verdadeiras) e o leitor a uma enorme suspensão de descrença.

Creio que teria sido preferível apresentar as quatro opções e deixar o leitor escolher qual a que mais lhe agradava...

Também Agatha Chistie, que escreveu o prefácio incluído nesta edição, ficou pouco impressionada com o resultado final. E eu também. Esperava melhor.


Classificação: 3

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