Autor:
Tradutor: Ana Sofia Pereira
Editor: Edições Asa
Edição/reimpressão: Agosto de 2011
ISBN: 9789892315621
Páginas: 368
Sinopse: Se Phaedra Blair não
possuísse tanta beleza e estilo, a alta sociedade achá-la-ia apenas
estranha. Mas como a Mãe Natureza a dotou de ambas as coisas,
consideram-na interessante e excêntrica. Ela é uma mulher à frente do
seu tempo. Deseja liberdade e persegue um sonho. Apaixonar-se não está
nos seus planos imediatos. Aliás, o seu primeiro encontro com Lorde
Elliot não é auspicioso. Injustamente presa, será graças ao poder e
charme do jovem que consegue escapar. Mas Phaedra depressa descobre que o
preço da sua "liberdade" é ficar virtualmente ligada ao seu "herói".
Pois Elliot Rothman não agiu apenas numa missão de boa vontade. O seu
objectivo é garantir que Phaedra não publicará um manuscrito que ameaça
destruir o bom nome da sua família, e para tal, ele está disposto a
tudo. Não contava, porém, encontrar uma adversária à sua altura. Os dois
jovens vão debater-se com as convenções de uma sociedade rígida e,
acima de tudo, com sentimentos tão intensos quanto contraditórios.
A minha opinião: O casal protagonista de Lições de Desejo não me era desconhecido, pois ambas as personagens surgem no livro anterior da série, As Regras da Sedução.
Tal como indica a sinopse, Phaedra Blair é uma mulher à frente do seu tempo. Vive sozinha, não tem serviçais, não usa corpete nem roupas da moda e usa sempre o cabelo solto e sem chapéu. E acredita piamente no amor livre, pelo que se recusa a alguma vez casar. E quando o protagonista, Elliot Rothman, que parte para Nápoles à sua procura, a encontra, está em prisão domiciliária por ter sido a causa dum duelo em que um dos participantes é um jovem de muito boas famílias...
Elliot aceita ajudá-la e, ao tentar defendê-la ao capitão da polícia, de algum modo este fica com a ideia de que são noivos e aceita libertá-la à responsabilidade de Elliot. Assim, é na qualidade de noivos fingidos que Elliot e Phaedra continuam a sua viagem por Itália.
Elliot tem um outro motivo para além de ser agora responsável por Phaedra para não a largar: ela herdou do pai um manuscrito com as suas memórias, incluindo uma revelação (que poderá ou não ser verdadeira) que manchará para sempre o bom nome da família Rothwell e Elliot pretende convencê-la a retirar essa informação da publicação. Mas quanto mais tempo passam juntos, mais Elliot se sente atraído pela beleza e excentricidade de Phaedra e a demanda que o levou até ela acaba por ser mais uma desculpa para continuar junto dela...
Também Phaedra tem um motivo para estar em Itália, descobrir a identidade do homem que enganou a sua mãe. E estar "presa" a Lord Elliot definitivamente não estava nos seus planos... Especialmente porque a atracção é mútua. Mas, afinal, Phaedra defende o amor livre e, momentaneamente, estão ambos livres das repressoras regras da sociedade inglesa, por isso porque não hão-de aproveitar? Contudo, o que acontecerá quando se aperceberem que desejam mais do que uma aventura de férias?
Gostei mesmo muito desta história que nos dá uma visão das mulheres no Período da Regência bastante diferente da que nos é dada em romances do género. Phaedra é uma mulher forte e independente, mas é a excepção e não a regra e, através dela, a autora demonstra o preconceito e o ostracismo que uma mulher com as suas características enfrentaria. E mostra também aquilo de que uma mulher abdicava com o casamento: as suas posses (incluindo futuras heranças) seriam sempre geridas pelo seu marido, e este tinha a última palavra em tudo o que dissesse respeito a ela.
O Elliot é o homem perfeito para a Phaedra porque a entende e respeita, ainda que nem sempre concorde com ela. E é suficientemente persistente para a tentar convencer que o casamento pode ser uma situação mutuamente satisfatória e não a relação de submissão que Phaedra acredita ser.
Estou a gostar muito desta série dedicada aos irmãos Rothwell, e este é o meu preferido até agora. Não só adorei os protagonistas e a sua relação, também adorei o facto de se passar maioritariamente em Itália porque lhes permitiu uma informalidade que seria impossível em Londres. E também permite situações hilariantes, como aquela em que a Phaedra é acusada de bruxaria pela população de uma aldeia...
Foi também muito bom rever a Alexia e o Hayden, ainda na fase da lua de mel, e também o Lord Easterbrook que, pressinto, terá uma história bastante interessante... Conto voltar a estas personagens muito em breve.
Classificação: 4
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