Autor: Isabel Allende
Série: Tripartite #3
Tradutor:
Carlos Martins Pereira
Editor: Difel
Edição/reimpressão: Julho de 2002
ISBN: 9789722900706
Páginas: 360
Sinopse: O relato da vida de
Esteban Trueba, da mulher, dos filhos legítimos e naturais, e dos netos
vai levar-nos do começo do século até à actualidade; é toda uma dinastia
de personagens à volta das quais a narrativa vai gravitando sem perder
de vista os outros - mesmo depois de mortos. O temperamento colérico do
fundador, a hipersensibilidade fantasista da sua mulher e a evolução
social do país - que reflecte e pode muito bem simbolizar qualquer país
latino-americano - tornam difíceis as relações familiares, marcadas pelo
drama e a extravagância e conduzem a um final surpreendente e cruel,
que deixa no entanto aberto o caminho de uma trabalhosa reconciliação.
No panorama da actual literatura hispano-americana, nennhum nome de mulher tinha conseguido até agora ocupar um lugar cimeiro. Faltava pois uma romancista. A impecável desenvoltura estilística, a lucidez histórica e social e a coerência estética, patentes em A Casa dos Espíritos fazem do primeiro romance de Isabel, um livro inesquecível.
A minha opinião: Este é um dos livros que indico sempre que me perguntam qual o meu livro preferido. Mas a verdade é que, apesar de saber que o tinha adorado, não me recordava muito bem da sua história. Por isso, e com o incentivo de precisar de uma releitura para o desafio Book Bingo, parti para a minha segunda leitura de A Casa dos Espíritos.
No panorama da actual literatura hispano-americana, nennhum nome de mulher tinha conseguido até agora ocupar um lugar cimeiro. Faltava pois uma romancista. A impecável desenvoltura estilística, a lucidez histórica e social e a coerência estética, patentes em A Casa dos Espíritos fazem do primeiro romance de Isabel, um livro inesquecível.
A minha opinião: Este é um dos livros que indico sempre que me perguntam qual o meu livro preferido. Mas a verdade é que, apesar de saber que o tinha adorado, não me recordava muito bem da sua história. Por isso, e com o incentivo de precisar de uma releitura para o desafio Book Bingo, parti para a minha segunda leitura de A Casa dos Espíritos.
Não pensei que fosse possível, mas a verdade é que gostei mais dele agora que o reli. Não consigo precisar quando o li pela primeira vez, mas foi há mais de 10 anos, sem dúvida. Tenho a certeza, porém, que só agora apreendi muitas subtilezas que me haviam escapado na primeira leitura. E provavelmente muitas ficaram ainda por descobrir numa terceira leitura...
Já anteriormente referi a minha predilecção por sagas familiares e esta é, sem dúvida uma das minhas preferidas. Isabel Allende leva-nos numa viagem pela história da família Trueba, história essa que inevitavelmente está interligada com a história do país onde se passa, o Chile.
Há uma predominância evidente das mulheres desta família, fortes e determinadas, com o pormenor delicioso de todas terem nomes sinónimos de branco (uma cor associada à pureza): Clara, Blanca e Alba - avó, mãe e neta (e ainda a bisavó Nívea). É através da história destas mulheres e desta família que Allende nos dá a conhecer também a história de um povo e de um país em mudança. Uma história que é também a sua e a da sua família (o seu pai era primo direito de Salvador Allende).
Gostei do pormenor da autora não ter nomeado personagens-chave da história do Chile, como Salvador Allende (referido apenas como o "Candidato" e mais tarde o "Presidente") e Pablo Neruda (o "Poeta"), o que, na minha opinião, permite eternizar ainda mais a história e alertar para a triste possibilidade de que a história se poderá repetir com outros protagonistas nos mesmos papéis. E tendo Portugal em comum com o Chile um passado de ditadura (que felizmente não vivi), foi particularmente arrepiante ler a parte final do livro, pois não é difícil imaginar que o mesmo se passou por cá...
Mas não posso terminar esta opinião sem referir a personagem masculina (obviamente há mais, mas esta é a que verdadeiramente se destaca): Esteban Trueba. Um selfmade man, que subiu a pulso e nunca teve medo de arregaçar as mangas e trabalhar, dedicado à sua família, mas arreigado às suas ideias e costumes, simultaneamente cruel e apaixonado. Acaba por perceber tarde de mais os erros que cometeu e paga caro pela sua obstinação e arrogância, colhendo o que semeou, e vendo aqueles de quem mais gosta a pagar pelos seus pecados.
Podia dizer muito mais sobre este livro, mas a opinião já vai longa... Digo apenas que vou continuar a indicá-lo como um dos meus livros preferidos e fico com a certeza que esta não será a última vez que o leio. E agora façam um favor a vós próprios e vão lê-lo também! E se já o leram, releiam-no, vale bem a pena!
Classificação: 5
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Este livro conta para o Desafio Book Bingo 2013 (releitura).
A Casa dos Espíritos foi um dos primeiros que li da autora e fiquei presa desde a primeira página! Adorei as personagens, o desenrolar da história e aquela "suavidade" que conseguiu atribuir às mulheres que protagonizam o livro. Penso que esta é uma das suas grandes características que podemos encontrar nas suas obras obras. Gosto imenso deste livro e da adaptação ao cinema, mas a minha obra preferida até agora de Isabel Allende é A Filha da Fortuna.
ResponderEliminarBoas leituras!
Ainda não li "A Filha da Fortuna", mas quero muito ler... Este foi o primeiro que li da autora, por isso acho que foi o que mais mexeu comigo.
EliminarLi este livro há tantos anos!
ResponderEliminarLembro-me que não gostei por aí além dele, mas tinha a sensação que era uma leitura mais 'pesada' do que eu estava preparada para ler…
Gostei do 'Paula' :)
Adorei o "Paula", mas esse sim, achei-o pesado... Talvez numa outra altura voltes a dar uma oportunidade ao "A Casa dos Espíritos"? Vale mesmo a pena!
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