Editor: Quetzal
Edição/reimpressão: Outubro de 2010
ISBN: 9789725649039
Páginas: 244
Sinopse: O pintor Oskar Kokoschka estava tão apaixonado por Alma
Mahler que, quando a relação acabou, mandou construir uma
boneca, de tamanho real, com todos os pormenores da sua amada.
A carta à fabricante de marionetas, que era acompanhada de vários
desenhos com indicações para o seu fabrico, incluía quais as rugas
da pele que ele achava imprescindíveis. Kokoschka, longe de
esconder a sua paixão, passeava a boneca pela cidade e levava-a à
ópera. Mas um dia, farto dela, partiu-lhe uma garrafa de vinho tinto
na cabeça e a boneca foi para o lixo. Foi a partir daí que ela se
tornou fundamental para o destino de várias pessoas que
sobreviveram às quatro toneladas de bombas que caíram em
Dresden durante a Segunda Guerra Mundial.
A minha opinião: Este livro também foi lido para a
Pela sinopse esperava algo de diferente, esperava uma história em que a vida de várias personagens fosse tocada pela boneca. Mas na verdade a boneca só surge, e brevemente, a mais de meio do livro. A experiência da guerra é o fio condutor das várias personagens que Afonso Cruz criou. Aliás, o fantasma da guerra está presente ao longo de toda a narrativa e molda o carácter e personalidade das personagens.
O livro está dividido em três partes. A primeira parte passa-se em Dresden em plena Segunda Guerra Mundial e é protagonizada por Isaac Dresner e pelo Sr. Vogel. Isaac esconde-se na cave da loja do Sr. Vogel e fala com ele, o que faz com que o Sr. Vogel pense estar a ouvir vozes que lhe chegam do chão.
A segunda parte passa-se em Paris, no pós guerra. Isaac vive com a sua mulher e com o Sr. Vogel (um pai que trata como a um filho) e tem uma pequena editora. Ouve falar de um escritor que nunca conseguiu o sucesso e, atraído pela sua história, contacta-o e mostra-se interessado em publicar um dos seus livros. É aqui que ficamos a conhecer a história da boneca de Kokoschka, mas também a história da família Varga.
Na terceira e última parte surge-nos uma nova personagem, Miro Korda, e a história passa também por Portugal. No final percebemos como todas as personagens se interligam, e na ficção tal como na realidade, percebemos como as vidas se entrelaçam e influenciam, mesmo que não nos apercebamos. E também como a história dos nossos antepassados, pais e avós, condiciona a nossa própria história.
A participação na
Classificação: 4
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Este livro conta para o Desafio Spring Reading Thing 2012.
Quero muito ler este livro :)
ResponderEliminarO blogue tá lindo!
Bjs
Obrigada. Se tiveres oportunidade lê. Vale bastante a pena. Eu li o exemplar da biblioteca e tive de ir comprar um para mim... É um livro que vou reler, sem dúvida!
EliminarParabéns e obrigado pelo seu blog.
ResponderEliminarSó por curiosidade, queria dizer-lhe que também as músicas e o músico de que Korda fala são reais: Minor Swing e Tears (ambas de Django Reinhardt, nosso conhecido do filme de Woody Allen, Através da Noite) bem como Pat Martino (não confundir com Pat Matheny). Também isto me era desconhecido.
Obrigada.
EliminarDesconhecia que as músicas e os músicos também eram reais (e na verdade, já não me recordo de serem mencionados...), obrigada pela informação. Terei mais atenção quando o reler, porque tenho a certeza que o irei reler...
Mais uma coincidência: tenho por amigo um sobrevivente - criança era - ao inferno que foi Dresden em 1945. Perdeu-se dos pais. Passados uns tempos acabou por ser achado e entregue por um casal que, como eles, vasculhavam na mata vizinha à Cidade o que comer.
ResponderEliminarJoão Pereira da Silva
Amarante
Bem, isso é que é um caso em que a realidade ultrapassa a ficção! Ainda bem que a história do seu amigo teve um final feliz e obrigada por a partilhar.
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